Mesmo interagindo nesse universo tecnológico que propicia grandes saltos na aquisição de informação e na propagação virtual da comunicação, somos interpelados por incivilidades assombrosas.
1. Nesse meio de semana dois jovens de classe média, agridem deliberadamente um casal de namorados, num banco de praça; a garota conseguiu fugir e chamar a polícia. O rapaz, foi espancado até cair e se fingir de morto para se salvar. A alegação da dupla bucéfala: "ele era negro... e macaco tem de apanhar...não pode conviver na sociedade"!
2. Mais uma vez, uma tradição chauvinista e autoritária de jovens de classe média, fez vítimas. Um jovem que acaba de ingressar no curso de engenharia na Universidade Federal dos Pampas, foi submetido ao trote universitário, obrigado a ingerir quantidade excessiva de álcool. Foi internado com problemas de saúde agravados.
Essas práticas opressivas de poder não ocorrem apenas em grupos específicos, carentes de saúde, moradia, escolarização. Elas se dão na capilaridade do social. Elas ocorrem nos mais distintos grupos. Ao contrário do que pensa ou querem que se pense, ocorrerem apenas na pobreza, a mediocridade e a violência estão se propagando em diferentes arenas do social em embates por significados hegemônicos, ainda centrados em antigos conhecidos em nossa sociedade: machismo, homofobia, racismo, branquidade entre outras formas de opressão que existem nos mais diferentes grupos e classes sociais.A Incivilidade, a Descidadania não tem distinção de classe, gênero, sexo, etnia. Elas estão ai, se propagando e fazendo vítimas.
Como estão o casal agredido que namorava na praça e o jovem que ingressou na universidade? Como estão os familiares dessas pessoas? O que está acontencendo com os agressores descivilazados? Quais os desdobramentos desses funestos episódios nesse país onde ainda se propaga uma opressão da branquidade e de universitários que se revestem de um poder opressivo por serem veteranos?
Zelão
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