quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

8. MANIFESTO AOS CÃES!

TRAFEGANDO PELA URBIS, ATRAVÉS DAS CALÇADAS, PRAÇAS E PRAIAS CAGADAS E OCUPADAS PELOS CÃES, NO FLUXO DA DESCIVILIZAÇÃO DE SEUS DONOS, LANÇO AQUI UM MANIFESTO/PROTESTO PARA DISCUTIR ESSA ACEFALIA SOCIAL:

MANIFESTO AOS CÃES!

A todos os cães e outros animais esclarecidos da sociedade brasileira:

Já que seus donos

1. resistem em reconhecer que nem todos os cidadãos têm cães e que não são obrigados a conviver com vocês, ainda, que isso não signifique desgostar de cães e de animais, em geral;

2. insistem em desrespeitar os espaços públicos e coletivos, transitando com vocês, próximos, muito próximos, muitas vezes sobre pessoas, indiscriminadamente – adultos e crianças, sendo que muitos têm medo e até pavor dessa proximidade por razões variadas;

3. necessitam exibi-los e apavorarem qualquer postura zen, em razão do porte, temperamento e comportamento de vocês, que se apresentam, muitas vezes, enormes, agressivos e inquietos, características aguçadas pela proximidade com a multidão que os cerca;

4. sentem-se realizados em levá-los às famosas “voltinhas” , visando ao desestresse de vocês que, mal orientados, induzidos e manipulados, por eles, é claro, cagam deliberadamente no passeio público, nas portarias de edifícios, casas e comércio, sem o menor prurido ou preocupação com o próximo, fato agravado pelo exalar de odores fétidos e as armadilhas fecais desagradáveis aos nossos pés/calçados ;

5. persistem em afirmar coisas do tipo: “não morde, não, é uma moça (que machismo!), adora criança, só tem tamanho, só se torna agressivo se for provocado, só pula se você correr”, e toda semana ocorrerem acidentes graves e até fatais que desmentem todo esse imaginário sobre vocês, sem que haja medidas punitivas a esses anti-cidadãos;

6. saberem que existe uma legislação que regulamenta o porte de animais em áreas urbanas, públicas e coletivas e a proteção contra doenças graves que podem acometer os desavisados e avisados e, ainda assim, ignorá-las:


a- contamos com sua capacidade de adestramento para instruí-los sobre noções de convivência cidadã, e alertá-los sobre os desdobramentos desse desrespeito deliberado.
b- esperamos que seu instinto canino inteligente seja um instrumento para conscientização de seus donos, sobre os problemas provenientes desse tipo de anti-cidadania.
c- almejamos que consigam o adestramento deles, seus donos, para comportarem-se respeitosamente ante a convivência social, já que, diante do que vemos, o educar para a conscientização não os está mobilizando.

Por fim, sabemos que vocês só protagonizam esses episódios cotidianos por imposição deles, e que esse comportamento é tipicamente humano e expressa um alto grau de acefalia social.

Diante de tudo isso, então, reflitamos sobre os significados de algumas atitudes homo cane:

- Qual o significado de um sujeito portar um cão enorme e robusto, que mal consegue segurar e controlar, numa praia cheia de crianças e adultos ou num calçadão para caminhadas? Seria puro exibicionismo ou necessidade do animal? Seria halterofilismo em movimento ou instinto desagregador de multidões?


- Nos casos apontados, quem seria mais irracional, aquele que está embaixo ou aquele que está em cima da correia?

- Quem estaria levando quem, aquele que segura a correia ou aquele que tem a coleira no pescoço? Quem deveria estar portando a coleira?

- Deixar o animal cagar nas calçadas, praças e em outros locais de circulação pública e não limpar é desdém com o mundo, estado de sem-noção-avançado, ou caguei-pra-você mesmo e pronto! ou, ainda, meu-cão-cagou-por-mim-pra-você e pronto!?

- Possuir um cão nessa apelação consumista urbana seria amor aos animais ou mais um produto, um sonho de consumo da marca, ôpa, quer dizer, da raça tal?


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Pra não dizer que não falei das flores

Durante minha infância e adolescência tive muitos cães. Entre eles, Fly, a mais nova. Pois tinha havido uma Fly mais velha. Uma cadela que mostrava os dentes como se estivesse sorrindo quando “manifestava alegria” ao encontrar aqueles que eram próximos dela. Além disso, quando se aproximavam os momentos de parir ficava inquieta, ganindo para que eu acompanhasse o nascimento dos filhotes. Apesar de ser uma relação muito amorosa e carinhosa, creio não ter desrespeitado a convivência, o coletivo, através de atitudes acéfalas, anti-cidadãs, ameaçando a integridade física da comunidade ou tentar humanizar a cachorrada. Eles são bichos. Podemos amar os bichos como bichos, do contrário, querer tratá-los como humanos me parece atitude esquizóide, infantilóide e humanocêntrica.

Muitos de nós, professoras e professores, proprietários de cães, refletimos sobre esse tema? Estamos provocando nossos alunos para essas questões? Esse tema pode gerar novos temas sobre cidadania, convivência, respeito, coletividade, dentre outros? Temos discutido ou ao menos refletido sobre atitudes pela sustentabilidade? Estamos afins desse tipo de discussão, desse movimento de lançar olhares críticos para nossos dilemas cotidianos e nos projetarmos para além de nossos imaculados e ilibados conteúdos que indicamos em nossos programas?


Au au au rrrrrrr, au au auuuuu au au auauuuu, au!*

*respeito e esperança para transformarmos a vida em curso, já!

O TEMA NA REDE:


http://http//extra.globo.com/blogs/paoduro/default.asp?a=181&periodo=200801


http://http://www.guiadorosa.com.br/impressao.php?area=conteudo&id=


http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp2.blogger.com/_gWqerMk_ui0/RdIyq15jKZI/AAAAAAAAAE8/EVTnFQr1o9o/s320/cao%2Bna%2Bpraia.jpg&imgrefurl=http://www.maedecachorro.com.br/2007/02/poluio-nas-praias-de-floripa-agora.html&usg=__ID4pmpyqnQ_kqPDJ5T1EMIqOECk=&h=240&w=320&sz=16&hl=pt-BR&start=11&tbnid=jrSBJ76-ljUmGM:&tbnh=89&tbnw=118&prev=/images%3Fq%3Dc%25C3%25A3es%2Bna%2Bpraia%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG


http://http://vejabrasil.abril.com.br/ehoje/Image/rio-de-janeiro/300408/civilidade4.jpg


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ZELÃO - zelosmegatrend@uol.com.br